Contabilidade e gestão empresarial podem reverter problemas e ajudar o empresário a encontrar o ponto de equilíbrio do negócio
Mais da metade dos brasileiros sonham em ter o próprio negócio e obter lucro. Porém, nem sempre isso acontece de forma clara e eficaz. De acordo com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 39% das aberturas das pequenas empresas no País são constituídas por necessidade e sem que o empresário tenha conhecimento da viabilidade do negócio. Um problema que envolve diversos fatores como planejamento prévio e gestão empresarial.
“O pequeno empresário precisa administrar o seu negócio como uma grande empresa, com as tarefas bem distribuídas e gerenciadas. Quanto maior o controle, melhores são os resultados”, ressalta o presidente do Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região (Sescap-Ldr), Jaime Cardozo.
Alguns empresários já compreenderam que a profissionalização aliada ao gerenciamento de gestão é imprescindível para se manter no mercado e alcançar bons resultados. Diogo Decker, é um dos empresários que tem apostado em gestão. Ele conta que há 5 anos percebeu que precisava mudar a forma de administrar a empresa da qual é sócio para atingir os objetivos, se manter no mercado e enfrentar uma suposta crise. Buscou a ajuda do seu contador e fez um MBA em gestão estratégica de empresas. “Foi uma mudança de comportamento que envolveu todos na empresa, não foi fácil, e só nos últimos dois anos que começamos a colher os resultados, ampliar o negócio e, agora, abrir mais uma unidade da empresa”, conta Decker, que acrescenta que hoje encontrou o ponto de equilíbrio, sabe até aonde pode ir, o que é necessário cortar e onde precisa investir.
Para o consultor do Sebrae, Rubens Negrão, “quando os papéis de cada um dentro da empresa não estão claros, a empresa não consegue cumprir com suas obrigações, seja cliente ou fornecedor”.
Segundo o presidente do Sescap-Ldr, é comum encontrar pequenos empresários que não consigam visualizar o faturamento mensal da empresa, misturam os bens da empresa com os dos sócios e não sabem formar o preço de venda do produto. Alimentam-se de uma ilusão e quando se dão conta é tarde e, às vezes, não tem o que fazer.
O gerenciamento incorreto da empresa também pode causar aumento do recolhimento de impostos. “Quando as entradas e saídas de mercadorias não são bem controladas, com correto cadastro tributário, prejudica o cálculo e, com isso, a empresa pode acabar recolhendo mais impostos indevidamente. Uma boa contabilidade permite a redução de impostos de forma lícita, pois facilita um melhor planejamento tributário, tanto na empresa como, na pessoa física, identificando de forma clara o melhor regime de tributação e também o melhor momento de alterá-lo, quando for o caso”, explica Cardozo.
O equilíbrio financeiro do negócio está diretamente ligado à uma contabilidade bem elaborada, afinal é ela que proporciona ao pequeno empresário controlar e comparar suas receitas e despesas, determinando os possíveis períodos de sazonalidade do negócio e, assim, tomar decisões estratégicas, como a redução de determinada despesa em virtude da previsão da redução de receitas. Além disso, possibilita melhores decisões de investimentos em contratação de pessoas, novos produtos e até campanhas de marketing, que é possível por meio da análise comparativa e histórica dos relatórios contábeis.
Especialistas afirmam que o primeiro passo para a mudança depende exclusivamente do empresário. Ele tem a obrigação de saber controlar os cinco itens considerados básicos para gerir o negócio que são caixa, bancos, clientes à receber, estoque e contas a pagar. Para isso, recomendam ao pequeno empresário buscar um sistema informatizado de gerenciamento das informações internas da empresa aliado a uma boa aplicação da contabilidade.
“O mercado está mudando, mas ainda é visível o amadorismo de alguns pequenos empresários no que diz respeito ao gerenciamento. Desconhecem a lei, as questões burocráticas e as tendências de mercado”, comenta o consultor do Sebrae.
Fonte: Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região (Sescap-Ldr)